24 de abril de 2020 - 11:45

URGENTE: Sérgio Moro anuncia demissão do Ministério da Justiça

O Estopim para o pedido de demissão foi a exoneração do delegado Maurício Valeixo da diretoria-geral da Polícia Federal.
Por Victor Fernandes - Educadora FM 90.9 • Atualizado há 4 anos

Reprodução

O ministro Sergio Moro pediu demissão hoje (24), durante pronunciamento no Palácio da Justiça em Brasília. Moro disse que tinha recebido carta branca ao assumir o cargo e que o único indicado por ele na Polícia Federal seria Maurício Valeixo, o ex-diretor-geral da Polícia Federal. O delegado foi exonerado do cargo hoje, após decisão do presidente Jair Bolsonaro.
O agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública disse que o presidente Jair Bolsonaro fez a troca porque quer um “contato pessoal” na Polícia Federal. Sérgio Moro afirmou ainda que ficou claro para ele, com essa decisão, que o presidente não o quer mais no cargo.
Entenda o caso

A crise é antiga. O cargo de diretor da Polícia Federal (PF) está na mira do Planalto desde agosto do ano passado, quando o presidente Bolsonaro disse publicamente que demitiria Valeixo. À época, Bolsonaro recuou depois que Moro bancou o diretor no posto. O presidente chegou a dizer que era ele quem decidiria.

A PF é subordinada ao Ministério da Justiça de Segurança Pública. Com a saída de Valeixo, o presidente deixou enfraquecido o ministro mais popular do governo.

Maurício Valeixo e Sergio Moro são muito próximos. O delegado foi superintendente da PF no Paraná durante a operação Lava Jato. Ficou no cargo até novembro de 2018, quando foi escolhido pelo ministro para ser o diretor-geral.

Na noite de ontem, o comentário nos corredores de Brasília era de que o ministro Moro teria aceitado permanecer no cargo, se pudesse escolher o substituto de Maurício Valeixo. Caso contrário, o pedido de demissão se tornaria uma hipótese real.

O decreto da saída de Valeixo não foi formalmente assinado por Moro, apesar de seu nome constar no decreto. Isso indica que a discordância entre o presidente e o ministro se ampliou e agravou a crise política.

Sergio Moro coleciona derrotas desde que se tornou ministro da Justiça de Jair Bolsonaro.

Ele está no governo desde o início, em janeiro do ano passado. O ministro perdeu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que foi transferido para o Banco Central. Viu o pacote anticrime ser desidratado no Congresso Nacional e sofreu interferência do Planalto ao nomear uma especialista em segurança pública para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

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