23 de maio de 2025 - 15:55

Sebastião Salgado morre aos 81 anos e deixa legado marcante na fotografia

Fotógrafo enfrentava complicações de saúde decorrentes da malária, contraída nos anos 1990. Instituto Terra confirmou o falecimento e prestou homenagem
Por Geovanna Moraes Lima - Educadora FM 90.9 • Atualizado há 7 meses

Créditos: Reprodução Instagram

Faleceu, aos 81 anos, o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, reconhecido mundialmente por seu trabalho humanitário e por retratar, com sensibilidade e profundidade, temas sociais, ambientais e culturais ao redor do planeta. A morte foi confirmada pelo Instituto Terra, organização fundada por ele e por sua esposa, Lélia Deluiz Wanick Salgado.

Segundo o Instituto, Salgado enfrentava há anos problemas de saúde decorrentes da malária, doença que contraiu na década de 1990. O fotógrafo morava em Paris e, de acordo com pessoas próximas, os medicamentos utilizados em seu tratamento já não apresentavam eficácia nos últimos anos.

Homenagem do Instituto Terra

Em nota publicada nas redes sociais, o Instituto Terra destacou não apenas a importância de Sebastião Salgado como artista, mas também seu papel como agente de transformação ambiental.

“Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade”, diz o texto.

A nota ainda ressalta o impacto de seu trabalho fotográfico:

“Revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora.”

O comunicado finaliza com uma homenagem afetuosa:

“Seguiremos honrando seu legado, cultivando a terra, a justiça e a beleza que ele tanto acreditou ser possível restaurar. Nosso eterno Tião, presente! Hoje e sempre.”

Fotografia como ferramenta de denúncia

Sebastião Salgado iniciou sua trajetória na fotografia nos anos 1970, mas foi nos anos 1980 que ganhou projeção internacional ao documentar o cotidiano de trabalhadores na Serra Pelada, no Pará — na época, o maior garimpo a céu aberto do mundo. As imagens em preto e branco, captadas com um olhar artístico e crítico, se tornaram símbolo de sua obra e abriram portas para projetos ainda mais ambiciosos.

Sebastião Salgado na Amazônia: Serra Pelada – RAISG
Créditos: Reprodução / Sebastião Salgado

Ao longo da carreira, Salgado fotografou grandes movimentos migratórios, guerras, regiões isoladas e comunidades em situação de vulnerabilidade, sempre com foco na dignidade humana. Sua abordagem documental e estética o tornou um dos fotógrafos mais premiados e respeitados do mundo.

Um compromisso com o planeta

Além da fotografia, Sebastião Salgado dedicou-se à causa ambiental. Ao lado de Lélia, criou o Instituto Terra, responsável por um projeto de reflorestamento de grande escala na região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. A iniciativa recuperou áreas de Mata Atlântica devastadas e é considerada referência em sustentabilidade.

Família e legado

Sebastião Salgado deixa a esposa, Lélia, seus dois filhos, Juliano e Rodrigo, e dois netos, Flávio e Nara. Juliano Salgado, inclusive, dirigiu ao lado do cineasta Wim Wenders o documentário O Sal da Terra, que retrata a vida e obra do pai.

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