Milton Nascimento ganha processo movido por ‘meninos’ da capa do disco ‘Clube da Esquina’
Antônio e José reivindicam na Justiça R$ 500 mil pelo uso da imagem.
Uma das capas mais icônicas da discografia brasileira ainda gera discussão mais de 50 anos após o lançamento do LP. E não se trata de discussão sobre arte, mas de direitos de imagem. Trata-se da capa do álbum “Clube da Esquina”, lançado em 1972.
A capa traz a imagem dos garotos Antônio Carlos Rosa, o Cacau, e José Antônio Rimes, o Tonho, em uma área rural de Nova Friburgo (RJ).
A questão é que Antônio e José reivindicam na Justiça R$ 500 mil pelo uso da imagem dos dois desde que o disco foi lançado e reeditado sucessivas vezes.
Em primeira instância, a Justiça do Rio de Janeiro deu ganho de causa a Milton Nascimento e a Lô Borges, cantores tornados réus na ação movida por Antônio e José desde 2012 quando o disco completou 40 anos.
A sentença soa justa. Milton e Lô não podem ser responsabilizados pelo erro que, se houve, foi da gravadora Odeon – companhia que pertence a Universal Music desde 2013.
É legítimo que os responsáveis pelos meninos tivessem sido remunerados em 1972, quando houve a decisão de transformar a foto na capa do álbum Clube da Esquina. Pelo que se sabe, não houve essa remuneração na época e tampouco teria havido autorização dos responsáveis pelos garotos para a exposição da foto de Cacau e Tonho na capa do disco.
Só que essa parte burocrática era de responsabilidade da Odeon, gravadora que editou o álbum em 1972 sem a autorização legal para expor a foto.
Antônio Carlos e José Antônio têm razão em cobrar os direitos, mesmo com atraso. Só que a cobrança deveria ser feita à gravadora, até porque o autor da foto, Carlos da Silva Assunção Filho, morreu há quatro anos.