Odebrecht pagou propina a índios e sindicalistas
Lideranças indígenas receberam depósitos em conta-corrente
O executivo Henrique Valadares é um dos delatores da Odebrecht. Ele relatou que a empreiteira fez pagamentos, via caixa dois até a índios. Sob o codinome ‘Tribo’, lideranças indígenas receberam depósitos em conta-corrente, disse Valadares. Os pagamentos estavam vinculados ao Projeto Madeira. A planilha de pagamentos entregue por Valadares à Lava Jato aponta uma série de pagamentos ao codinome ‘Tribo’
Ao Ministério Público Federal, Valadares relatou ainda pagamentos a ‘Barbudos’. O delator ligou o codinome a um representante da CUT junto ao Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada em Porto Velho. O executivo relatou ainda repasses a ‘Companheiro’. De acordo com ele, os pagamentos a diretores de sindicato eram regulares.
O objetivo era impedir que eles insuflassem os trabalhadores a praticar atos de vandalismo e depredação na obra nas épocas de negociação coletiva, especialmente em virtude do histórico de Jirau. A propina total no projeto da Usina de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, paga pela Odebrecht e a Andrade Gutierrez, chegou a R$ 80 milhões.