Moro rejeita questionamentos da defesa de Lula
Ex-presidente foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro
O juiz Sérgio Moro refutou a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva hoje, em relação os questionamentos sobre a condenação imposta ao petista.
Em resposta aos chamados embargos de declaração apresentados pelos advogados de Lula, o juiz argumentou que se o critério da defesa fosse seguido, os diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró, que mantinham contas secretas com saldos milionários no exterior, também deveriam ser absolvidos.
Segundo os defensores de Lula, auditorias da Petrobras e da Controladoria Geral da União (CGU) não detectaram qualquer irregularidade envolvendo o ex-presidente.
Lula foi condenado a 9 anos e meio de prisão –sem detenção imediata– pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso envolvendo um tríplex no Guarujá, no litoral de SP, na primeira sentença entre os três processos em que é acusado no âmbito da operação Lava Jato.
Moro também citou a condenação do ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso em Curitiba pela Lava Jato, ao rebater a argumentação da defesa de Lula de que faltaria a transferência formal da propriedade ou da posse do tríplex. Para Moro, assim como Cunha afirmava não ser dono de contas na Suíça, Lula alega que não é dono do tripléx. Ainda segundo o juiz, as provas citadas na sentença reforçam o crime de lavagem de dinheiro.
Além da pena de prisão, Moro também determinou a proibição de o ex-presidente exercer qualquer cargo público por 7 anos, o dobro do tempo de pena imposta pelo crime de lavagem de dinheiro. No entanto, somente se a sentença for confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Lula estará impedido de ser candidato.