Marcelo Odebrecht diz que Dilma e Lula sabiam das doações
Repasses não contabilizados foram para as campanhas dos dois petistas
O empresário Marcelo Odebrecht disse que os ex-presidentes Dilma Rousself e Lula sabiam das doações não contabilizadas da empresa para as suas respectivas campanhas. Ele afirmou que chegou a alertar a presidente Dilma em 2015. O empreiteiro estaria preocupado com eventuais consequências legais dos depósitos, porque as investigações da Lava-Jato já tinham começado. O empresário também contou que seu principal interlocutor no governo era Guido Mantega. Ele teria sido indicado pela própria Dilma.
Nas reuniões em que se discutia repasse de dinheiro a quadros do partido, petistas no governo costumavam escrever o nome ou a inicial do destinatário com o valor num papel em vez de pronunciá-los. A medida de segurança “antigrampo” foi relatada por Marcelo Odebrecht em depoimento à força-tarefa da Operação Lava-Jato.
Marcelo narrou a prática ao citar uma situação específica em que o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, pediu dinheiro para João Vaccari, tesoureiro do PT à época. Para tanto, redigiu a letra V e disse: “tá precisando”.
Interpelado pelo procurador sobre a passagem, Marcelo explicou que havia um “medo” entre os governistas de serem grampeados.