Bendine recolheu imposto de renda sobre propina de R$3 mi
Estratégia foi usada para despistar a Lava Jato
O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine, que foi preso hoje na 42ª fase da Operação Lava Jato, recolheu imposto de renda sobre a propina de R$ 3 milhões que recebeu da empreiteira Odebrecht para tentar despistar a Lava Jato, segundo investigadores.
A estratégia era dar caráter formal a uma suposta consultoria prestada por ele e pelo publicitário André Gustavo Vieira, apontado como operador financeiro do executivo.
As relações ilícitas de Bendine foram descobertas por meio dos depoimentos de delação premiada dos executivos da Odebrecht, homologados pelo Supremo Tribunal Federal no início do ano.
Inicialmente Bendine exigiu R$ 17 milhões da Odebrecht. Nessa época, o executivo ocupava a presidência do Banco do Brasil e a Odebrecht Agro tinha interesse em rolar uma dívida com o banco. Marcelo Odebrecht, porém, decidiu não ceder à pressão de Bendine.
Em 2015, antes de assumir a presidência da Petrobras, Bendine pediu um valor mais modesto ao empreiteiro, R$ 3 milhões, para proteger a Odebrecht em contratos com a petrolífera.