18 de novembro de 2025 - 12:39

Paul McCartney adere a protesto contra IA e lança faixa silenciosa

O cantor lança "Bonus Track" silenciosa na reedição de um álbum para alertar o governo britânico sobre os riscos da Inteligência Artificial para os direitos dos músicos
Por Camila Pimentel - Educadora FM 90.9 • Atualizado há 2 semanas

Foto: Reprodução Instagram

Paul McCartney, ex-membro dos Beatles, fará um lançamento especial em dezembro. Ele se unirá a outros artistas para lançar uma faixa silenciosa. Afinal, a iniciativa visa denunciar um projeto de Inteligência Artificial (IA) que flexibiliza os direitos autorais. O músico de 83 anos manifesta sua posição.

Além disso, a faixa de McCartney recebeu o título de “Bonus Track”. Ela se trata de uma gravação de um “estúdio vazio”. A duração é de 2 minutos e 45 segundos, com uma sucessão de ruídos.

Artistas se unem em álbum “silencioso”

Dessa forma, a faixa fará parte da reedição em vinil do álbum. O disco se chama “Is this what we want?” (É isso o que queremos?). O lançamento ocorrerá no dia 8 de dezembro. O coletivo de mesmo nome divulgou a notícia em seu site.

Mais de mil artistas colaboraram neste álbum silencioso. A lista inclui grandes nomes como Annie Lennox, Damon Albarn, Jamiroquai e Max Richter. O álbum foi lançado em versão digital em fevereiro de 2025. Em outras palavras, eles pedem ao governo britânico que “não legalize o roubo musical em benefício das empresas de IA”.

Consequentemente, o álbum ganha sua versão em vinil em dezembro. Serão apenas mil cópias. A faixa de Paul McCartney será o acréscimo especial desta edição.

O coletivo explica a razão da gravação. “O álbum inclui gravações realizadas em estúdios e salas de espetáculos vazios, ilustrando o impacto que, segundo nós, as propostas do governo teriam sobre os meios de subsistência dos músicos”.

Recentemente, o ex-Beatle já havia se manifestado sobre o tema. Ele assinou uma carta aberta com outros 400 artistas. Elton John, Coldplay e Dua Lipa estavam entre os signatários. O documento pedia ao governo que protegesse a indústria musical britânica.

O executivo trabalhista defende um projeto de lei. O texto deve ser apresentado em 2026. Ele visa aplicar uma exceção à lei de direitos autorais. A medida facilitará o uso de conteúdos criativos para treinar modelos de IA.

Assim, empresas de tecnologia não precisariam mais obter a autorização dos autores. Elas também não precisariam remunerá-los. Naturalmente, a situação provoca indignação na indústria musical.

Um estudo da associação UK Music reforça a preocupação. A pesquisa ouviu artistas e produtores. Dois em cada três entrevistados consideram que a IA constitui uma ameaça para sua carreira. O estudo foi publicado na última quarta-feira.

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