Wagner Moura vê “O Agente Secreto” com chances reais no Oscar 2026
Indicado ao Gotham Awards, o longa estreia dia 06 de novembro

Foto: Divulgação
Wagner Moura, protagonista de O Agente Secreto, acredita que o caminho para o Oscar 2026 começa a se desenhar. O filme, escolhido em setembro para representar o Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional, recebeu duas indicações no Gotham Awards — Melhor Atuação, com Moura, e Melhor Roteiro Original. A cerimônia é uma das principais do cinema independente americano.
Durante coletiva de imprensa em São Paulo, Moura comentou sobre a expectativa: “Há algumas boas semanas que se fala sobre Oscar, mas quando rolam essas outras indicações, como o Gotham, ou como o de críticos que o Kleber ganhou agora, é aí sim que eu começo a ver um caminho para o Oscar.”
O diretor e roteirista Kleber Mendonça Filho, conhecido por Bacurau, contou que tem viajado há semanas para divulgar o longa em festivais nos Estados Unidos e na Europa. Segundo ele, essa movimentação faz parte de uma estratégia de promoção internacional para fortalecer a presença do filme na temporada de premiações.
O reconhecimento não é recente. Moura e Mendonça já chamaram atenção da crítica desde o Festival de Cannes, em maio, quando o longa foi premiado e entrou no radar de especialistas que costumam prever futuros indicados ao Oscar.
No roteiro escrito por Mendonça Filho, Wagner Moura interpreta um homem que retorna a Recife durante a ditadura militar para escapar de um passado misterioso. Tentando se esconder e reconstruir a vida ao lado do filho, o personagem não imagina que ainda é perseguido por um antigo inimigo.
Para o ator, o filme vai além da ficção e propõe uma reflexão sobre a importância da memória histórica. “Se a gente não tivesse tido a lei de anistia, a gente não teria tido um presidente como esse que agora está preso. Um país precisa de memória”, declarou Moura.
Kleber Mendonça Filho compartilha da mesma visão. O cineasta espera que o longa alcance o público mais jovem e desperte o interesse sobre a história recente do país. “Tenho vontade que esse filme seja descoberto por pessoas muito jovens, que descubram no cinema algo muito interessante sobre o Brasil. Nosso país tem questões com a memória”, afirmou.
O diretor ainda relatou uma experiência marcante: “Saí de uma sessão de Ainda Estou Aqui e ouvi duas meninas conversando. Uma delas parecia não saber que a ditadura tinha sido tão ruim no Brasil.”