22 de outubro de 2025 - 13:59

Músicas da adolescência moldam a identidade e nos acompanham por toda a vida, aponta estudo globa

Estudo global revela que as músicas ouvidas na adolescência moldam nossa identidade e continuam a influenciar emoções e memórias por toda a vida.
Por Daniel Vieira Bueno - Educadora FM 90.9 • Atualizado há 1 mês

Foto: Reprodução

Pesquisadores da Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, analisaram como as músicas que escutamos na juventude influenciam nossa formação pessoal e emocional ao longo do tempo.

O estudo, realizado com quase dois mil participantes de 84 países, confirmou que as canções ouvidas na adolescência deixam marcas profundas e duradouras na memória e na identidade de cada indivíduo.

O auge da ligação emocional com a música

De acordo com os cientistas, nossa conexão com a música atinge o ponto máximo por volta dos 17 anos, fase conhecida como “pico de reminiscência”.

Nesse período, o cérebro está mais receptivo a novas experiências e processa as emoções com intensidade ampliada.

“O cérebro adolescente é como uma esponja emocional, ele absorve sons, letras e sentimentos com intensidade total”, explica o Dr. Iballa Burunat, autor principal do estudo. “Essas músicas acabam se tornando parte de quem somos.”

Essa etapa marca um ponto de virada na maneira como construímos lembranças e identidades. As canções que escutamos nesse tempo tornam-se trilhas sonoras das primeiras paixões, descobertas e transformações pessoais elementos que ajudam a definir quem nos tornamos na vida adulta.

Diferenças entre homens e mulheres

A pesquisa também revelou distinções marcantes entre os gêneros. Entre os homens, o pico emocional com a música acontece por volta dos 16 anos, quando estilos como rock, punk e metal influenciam sentimentos de rebeldia e independência.

Já entre as mulheres, esse vínculo se aprofunda um pouco mais tarde, por volta dos 19 anos, com preferência por gêneros como pop e soul sons frequentemente associados a conexões afetivas e experiências de vida.

A música que envelhece conosco

Mesmo após a juventude, a música continua a desempenhar um papel essencial. O estudo mostra que novas canções podem ganhar força emocional com o passar do tempo, especialmente quando associadas a relacionamentos, perdas ou recomeços.

Essa evolução revela que a trilha sonora da vida nunca é estática ela cresce e muda junto com as nossas histórias.

Outra observação interessante é o chamado “efeito cascata de reminiscências”: jovens ouvintes criam laços afetivos com músicas lançadas até 25 anos antes de nascerem.

Essas conexões costumam vir de influências familiares ou de artistas que atravessam gerações, mostrando que o poder da música ultrapassa o tempo e segue unindo diferentes épocas e públicos.

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