Atores da Broadway ameaçam greve em meio a negociações de contrato

Foto: divulgação

Os atores da Broadway se organizam para uma possível greve que pode interromper 32 produções. A movimentação ocorre no momento em que os teatros se aproximam da temporada de maior público, segundo o Actors’ Equity, sindicato que representa 900 artistas e stage managers.

O contrato de três anos entre o sindicato e a Broadway League, entidade que reúne produtores, donos e operadores de teatros, terminou em 28 de setembro. As negociações seguem, mas ainda não chegaram a um acordo.

Uma das principais pautas envolve o fundo de saúde do sindicato. O diretor executivo e negociador-chefe do Actors’ Equity, Al Vincent Jr, afirmou que a contribuição da Broadway League precisa aumentar, já que o fundo pode entrar em déficit até maio do próximo ano.

A presidente do sindicato, Brooke Shields, destacou a importância do tema: “É apenas matemática. Não existem shows da Broadway sem atores e stage managers saudáveis. E não existem atores e stage managers saudáveis sem locais de trabalho seguros e seguro de saúde estável.”

A Broadway League declarou em nota que busca um acordo equilibrado. “Todos nós queremos sustentar a magia da Broadway para nosso público. Continuamos as negociações de boa-fé com o Actors’ Equity para chegar a um acordo justo que funcione para os shows, elencos, equipes e para os milhões de pessoas que vêm vivenciar a Broadway”.

Impacto da saúde na carreira dos artistas da Broadway

Artistas relatam os desafios físicos da profissão. Kaylin Seckel, integrante do elenco de O Rei Leão, contou que rompeu o tendão de Aquiles durante uma apresentação em 2022 e precisou de cirurgia e longa recuperação. Ela explicou que dependeu do seguro de saúde do sindicato para complementar os custos do tratamento.

A última grande paralisação do Actors’ Equity ocorreu em 1968, quando uma disputa de três dias interrompeu 19 produções. Na época, o prefeito de Nova York mediou as negociações para encerrar o impasse.