07 de agosto de 2025 - 11:45

Di Ferrero rebate ideia de decadência do rock e destaca força do gênero

Mesmo fora do topo nas plataformas de streaming, o rock mostra força ao liderar rankings de público e arrecadação em turnês
Por Camila Pimentel - Educadora FM 90.9 • Atualizado há 4 meses

Foto: Reprodução Instagram

Apesar de o rock não ocupar o topo das paradas nas plataformas de streaming, o gênero segue forte em outro ponto de destaque na indústria musical: a venda de ingressos para shows. Quem levanta esse debate é Di Ferrero durante entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

O repórter Danilo Casaletti lembrou que gêneros como pagode, sertanejo, rap, funk e trap dominam os rankings de músicas mais ouvidas no Brasil. O rock, por outro lado, aparece mais como influência em artistas do que como protagonista nessas listas.

Di Ferrero, no entanto, propõe um olhar diferente. Segundo ele, a análise não deve se restringir ao consumo digital. “O rock sempre foi um estilo meio às margens disso. Por isso, vira o rock alternativo e sempre acaba estourando. Um artista, uma banda, uma influência… se você for ver, na constância, os artistas que mais vendem ingresso de shows, em festivais, são os artistas de rock. Tem muitos artistas pop que nem fazem tour”, afirmou.

Di-Ferrero
Foto: Reprodução Instagram

Um levantamento da Pollstar mostra que entre os dez artistas e bandas que mais arrecadaram com turnês em 2024, três são do rock: Bruce Springsteen (5º), Rolling Stones (6º) e Metallica (9º). Já em lista publicada pelo jornalista José Norberto Flesch, que analisou os shows mais cheios em São Paulo (excluindo festivais), quatro nomes ligados ao rock aparecem no top 10: Linkin Park (2º), Iron Maiden (3º), Bring Me the Horizon (7º) e Eric Clapton (8º).

Ao ser questionado sobre a dificuldade de transformar sucesso em streams em público nos palcos, Di prefere não apontar culpados. Ele acredita que tudo está relacionado ao modo como as pessoas consomem música.

“Tem muita gente que escuta rádio, que é mais eclética. Tem pessoas que escutam as playlists, que não se preocupam muito em ir atrás de novidades. A democratização da internet fez com que tudo se ramificasse muito. A galera que curte rock é mais religiosa nesse sentido: ‘eu vou ao show, eu vou no rolê, eu quero ouvir as músicas novas’”, disse o cantor. Para ele, a essência da música deve se manter em primeiro lugar, mesmo com o surgimento de fórmulas e estratégias de mercado.

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