12 de julho de 2025 - 09:53

Conheça mais sobre David Bowie: O Camaleão do Rock que Mudou a Música

Em comemoração ao Dia Mundial do Rock, conheça mais sobre David Bowie, um artista exótico para a época mas que deixou um legado de inspirações.
Por Daniel Vieira Bueno - Educadora FM 90.9 • Atualizado há 5 meses

Foto: Divulgação

David Bowie não foi apenas um artista. Ele foi um movimento em si. Cantor, compositor, ator, produtor, performático, instigante, disruptivo, Bowie desafiou os padrões da indústria musical, da moda e até mesmo da identidade.

Conhecido como “O Camaleão do Rock”, o britânico nascido David Robert Jones se reinventou incontáveis vezes e nunca teve medo de ser ousado.

Mais do que isso, Bowie criou tendências e personagens que marcaram a história da música e da cultura pop para sempre. Se hoje artistas se sentem livres para explorar estéticas, identidades e gêneros musicais, muito se deve a ele.

Início de carreira: de David Jones a David Bowie

Nascido em 8 de janeiro de 1947, em Brixton, Londres, Bowie cresceu cercado por influências musicais que iam do jazz ao rock.

No início da carreira, usava o nome David Jones, mas acabou mudando para evitar confusões com Davy Jones, dos Monkees.

Foi só em 1969 que o mundo realmente prestou atenção: o lançamento de “Space Oddity”, inspirado na corrida espacial e no filme 2001 – Uma Odisseia no Espaço, levou o jovem artista ao estrelato.

A música estreou poucos dias antes da missão Apollo 11 chegar à Lua — e com isso, Bowie se tornou atemporal desde o primeiro hit.

Em 1972, David Bowie criou um de seus personagens mais marcantes: Ziggy Stardust, o alienígena andrógino do rock.

O álbum “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars” foi um divisor de águas na história do glam rock. Com maquiagem pesada, roupas futuristas e um comportamento teatral nos palcos, Bowie virou um fenômeno.

Mais do que apenas música, Ziggy era performance, provocação e liberdade. Muitos viram nele o início da quebra de tabus na música pop sobre sexualidade e identidade.

Foto: Divulgação

Mudanças musicais e experimentações

David Bowie nunca ficou preso a um estilo musical. Ele transitou entre estilos como: Rock e folk nos anos 60, Glam rock e teatralidade nos anos 70, Soul e funk com Young Americans (1975), Rock eletrônico e industrial com a chamada “Trilogia de Berlim” (álbuns Low, “Heroes”, Lodger), em parceria com Brian Eno, Pop dançante com Let’s Dance (1983) e Drum and bass e techno nos anos 90 com Earthling.

Bowie conseguia mudar o som sem perder a essência — e sempre influenciava os artistas ao seu redor.

No cinema: Bowie também brilhou nas telas

David Bowie também teve uma carreira no cinema, marcada por filmes memoráveis0 como Labirinto – A Magia do Tempo (1986), O Homem que Caiu na Terra (1976) e Fome de Viver (1983)

Sua atuação era tão enigmática quanto suas músicas. Bowie levava aos personagens a mesma intensidade com que criava suas canções.

Foto: Divulgação

Moda, identidade e liberdade

Muito antes de o mundo discutir gênero e expressão pessoal, Bowie já se vestia com saias, usava maquiagem e brincava com sua imagem. Ele dizia ser gay, depois bissexual, depois evitava rótulos. Para muitos, ele era apenas ele mesmo — e isso era suficiente.

Bowie inspirou estilistas como Jean-Paul Gaultier, Alexander McQueen e até coleções da Gucci. Também influenciou artistas como Madonna, Lady Gaga, Harry Styles, Janelle Monáe e Sam Smith.

Foto: Masayoshi Sukita

Frases marcantes de Bowie

“I don’t know where I’m going from here, but I promise it won’t be boring.” – (Eu não sei para onde estou indo a partir daqui, mas prometo que não será entediante.)

“We can be heroes, just for one day.” – (Nós podemos ser heróis, só por um dia.)

“All art is unstable. Its meaning is not necessarily that implied by the author. There is no authoritative voice. There are only multiple readings.” – (Toda arte é instável. Seu significado não é necessariamente o que o autor quis dizer. Não existe uma voz definitiva. Existem apenas múltiplas interpretações.)

Blackstar: o último presente

Em 8 de janeiro de 2016, no dia em que completou 69 anos, Bowie lançou seu último álbum: Blackstar. Dois dias depois, faleceu em decorrência de um câncer que manteve em segredo.

O álbum é uma verdadeira carta de despedida, com clipes e letras que falam abertamente sobre morte, renascimento e eternidade. A faixa Lazarus, por exemplo, começa com o verso:

“Olhe para cima, estou no céu”.

Era Bowie dizendo adeus do jeito que sabia: transformando dor em arte.

Mesmo após sua morte, Bowie continua presente. Ele é tema de exposições, homenagens, biografias, relançamentos e tributos. Sua obra é constantemente redescoberta por novas gerações.

Mais do que um cantor, Bowie foi um farol criativo. Mostrou ao mundo que mudar é arte. Que ousar é liberdade. E que a música pode ser tudo desde que tenha alma.

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