Caetano Veloso prepara novo álbum com influências da cena atual
O trabalho será o sucessor de Meu Coco (2021), disco em que abordou a música contemporânea
Foto: Reprodução Instagram
Durante sua turnê por festivais no Brasil, Caetano Veloso revelou que está escrevendo novas músicas e já planeja um novo álbum com faixas inéditas.
O trabalho será o sucessor de Meu Coco (2021), disco em que abordou a música contemporânea e citou nomes como Gloria Groove, Djonga e Billie Eilish.
Em entrevista ao g1, publicada no sábado (31), Caetano declarou:
“Tenho vontade de fazer canções que enfrentem a grande virada que o mundo está iniciando.”
O novo disco também deve dialogar com estilos variados e influências da cena jovem. Ele mencionou artistas como Jota.pê, Dora Morelenbaum, Zé Ibarra, Thiago Amud, Xênia França e Amaro Freitas como referências recentes.
A turnê com Maria Bethânia, encerrada em março, rendeu o álbum ao vivo CAE ⟷ BTH, com 33 faixas. Entre elas, está a inédita “Um Baiana”, um samba-reggae com referência ao grupo BaianaSystem e uma atmosfera de oração.
Caetano comentou:
“O mundo está em situação que sugere terceira guerra mundial. Eu não queria terminar a turnê com Bethânia sem que cantássemos uma canção orando pela paz.”
Um dos momentos mais comentados da turnê foi a inclusão da canção “Deus Cuida de Mim”, de Kleber Lucas, com quem Caetano gravou uma versão em 2022. Ele notou reações distintas do público:
“Sabia que plateias de shows meus com Bethânia não seriam compostas de maiorias evangélicas. Percebia a reação fria da maioria do público, mas me concentrava na canção. Mas via também poucas pessoas cantarem o louvor comigo, algumas chorando.”
O cantor explicou sua intenção:
“Quis chamar a atenção para a necessidade de consciência da grandeza do fenômeno evangélico na nossa sociedade.”
Entre o Rio e a Bahia
Embora tenha expressado, em 2023, o desejo de viver novamente na Bahia e se apresentar apenas por lá, Caetano ainda avalia o plano:
“Ainda existe algo desse plano. Mas meus três filhos e meus três netos cresceram e vivem no Rio, assim fica difícil sair daqui.”
Enquanto equilibra os planos pessoais com os profissionais, o artista continua com shows solo e desenvolve um álbum que pretende refletir as transformações sociais e políticas em curso.
