Alexandre Garcia
28 de junho de 2017 - 18:04

Corrupciolândia

Em São Paulo, o prefeito Dória anda às voltas com a cracolândia instalada no...

         Em São Paulo, o prefeito Dória anda às voltas com a cracolândia instalada no centro da cidade. Tirou os doentes de lá, ante os protestos dos que costumam defender as drogas e os traficantes, mas eles voltam, são retirados, e voltam de novo e de novo, na busca movidos pelo vício e o gregarismo que os faz dividir esse tipo de trágica escravidão.
         No Brasil inteiro,  procuradores e Polícia Federal andam às voltas com a corrupciolândia, instalada num território de 8.500 km2. Tiraram-nos de alguns lugares, na operação do Mensalão, os estão tirando dos mesmos lugares na operação Lava-jato; e tentam tirá-los agora ainda dos mesmos lugares, no caso da JBS. Mas, como um cracudo, o corrupto está viciado, dependente da droga da corrupção. 
         É a reiteração típica do vício. Flagram-se empresas estatais sendo lesadas e elas voltam a ser saqueadas; flagram-se grandes empresas comprando favores públicos e elas voltam a comprar de agentes públicos que vendem; descobrem-se aloprados com malas cheias de dinheiro mas eles voltam às ruas, saltitando em suas corridinhas, trazendo a reboque a mala com rodinhas.
         Alguns dirão, bondosos, que “não aprendem”. Na verdade, não é isso. É que estão viciados na corrupção. Ela está na medula; já é reflexo condicionado. Quando os líderes são denunciados, argumentam que “as acusações vão prejudicar o país”. Todos iguais na essência, “farinha do mesmo saco”, como dizia Leonel Brizola. 
         É vício. Condenados no Mensalão agiam na Lava-jato; no meio da indignação nacional, não conseguem conter o vício e marcam encontros na calada da noite. Não se acautelam sequer de gravações, porque o vício é forte. Mesmo ante a obviedade das provas, negam sempre, como alcoólatras, negam a dependência. E, convencidos da própria mentira, mentem convincentemente. O Brasil não pode ficar dependente dessas drogas.

 

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